Como manter os servidores protegidos
A segurança ainda não está entre os assuntos prioritários das
pequenas e médias empresas (PMEs). A falta de conhecimento sobre a
diversidade de ameaças virtuais e das tecnologias disponíveis para
combatê-las, somadas à falta de recursos para equiparem-se com
soluções adequadas e para implantar uma cultura de segurança entre
os funcionários criam um ambiente de insegurança que pode provocar
prejuízos financeiros irreparáveis. A constatação está na “Pesquisa
Regional sobre a Integridade da Informação para Pequenas e Médias
Empresas”, feita pela Symantec com 474 PMEs no Brasil, Argentina,
Chile, Colômbia e México. Pelo levantamento, foram considerados
pequenos empreendimentos os situados na faixa entre 10 e 50, e como
médias as entre 51 e 200 funcionários.
Enquanto algumas PMEs estão concentradas em manter a
rentabilidade, outras já perceberam que é necessário acelerar a
adoção de infra-estruturas de TI para se tornarem mais competitivas.
Estamos falando de tecnologias como backup, recuperação, antivírus,
antispyware, rastreador de trojan, detecção de intrusos e firewall
para servidores computador onde ficam armazenados todos os dados
mais sensíveis do negócio. A exigência tecnológica já não é uma
opção, dizem os especialistas. “É uma necessidade de gerenciamento
que melhora a comunicação, a produção e a guarda das informações
sensíveis”, diz Marcelo Sanches, gerente de serviços de pequenos
negócios da Trend Micro.
Na prática, as conseqüências de um ataque, dependendo da sua
intensidade, podem levar uma empresa a situações bastante delicadas,
como foi o caso de um escritório de advocacia em Edmonton, no
Canadá. Uma falha de segurança grave abriu informações sigilosas dos
clientes, como histórico trabalhista, criminal e o número do Social
Security Number o equivalente ao registro de uma carteira de
identidade. A informação vazou porque a rede sem fio do escritório
não tinha senha de proteção. Ou seja, mesmo que o dono tivesse
protegido as informações, depois de logado na rede local, quem
compartilhava desta conexão tinha acesso aos seus documentos.
Como o maior desafio das PMEs é o orçamento restrito, muitos
empreendedores se perguntam quando é o momento mais adequado para
investir em segurança. Segundo Paulo Vendramini, gerente de
engenharia de sistemas da Symantech, o pensamento é o seguinte: as
ameaças são as mesmas independentemente do tamanho da companhia.
Então, é desde o começo que se deve pensar em proteção”, observa. A
boa notícia para os pequenos é que como as grandes também começaram
a disputar o mercado de PEMs, o preço dos produtos caiu. Atualmente,
é possível comprar um pacote completo por R$ 2 mil.
A segurança corporativa, segundo o executivo da área de segurança
para América Latina, Aroldo Yai, é composta por três camadas. A
primeira é a periférica ou básica (que são os programas de
firewalls, antivírus, etc). Em seguida vem a etapa de controle de
sistemas (com identificação de acesso e controle de identidade), e
em terceiro está a fase de implantação de normas, controles e áreas
de compliance, práticas voltadas para grandes corporações. “Essas
orientações valem tanto para companhias que tenham servidor ou ainda
em máquinas independentes”, ressalta Yai.
Mas todas essas soluções perdem a eficácia sem uma cultura de
segurança que ande em paralelo às aplicações no hardware. “Isso
envolve o treinamento e a conscientização dos funcionários sobre
proteção e disponibilidade da informação. É preciso educar as
pessoas a não abrir e-mails desconhecidos, entrar em sites
considerados sensíveis, não enviar mensagens com conteúdo da
empresa. Para evitar casos como esses, são bem-vindas normas e
padrões, mesmo em um lugar com 10 funcionários”, afirma Armando
Toledo, diretor da área de Hardware da IBM Brasil.
O analista de TI da Adbusiness, Rodrigo Milan, lembra ainda da
necessidade de se ter um controle de acesso ao servidor. “O ideal é
que somente as pessoas certas tenham passagem para fazer uma
alteração ou movimentação de dados”, recomenda. Outro ponto
destacado foi a conservação dos arquivos em um lugar diferente do da
empresa. “Um exemplo que ilustra bem porque esse recurso é
inteligente foi o 11 de setembro. Muitas empresa mantinham o backup
na torre ao lado. Como as duas foram atingidas, as companhias
perderam tudo”, lembra Milan.
Que tipo de proteção posso adotar?
· Fazer backup e restauração constantemente;
· Aplicação de firewalls, antispywares, antivírus e rastreadores de
trojans;
· Manter o programa atualizado com os patches de correção;
· Encriptar e esconder a rede sem fio;
· Uso de chaves ou contra-senhas fortes;
· Assegurar as conexões remotas utilizando uma VPN com recursos de
TI interno;
· Sistema RAID, que são HDs que trabalham simultaneamente;
· Uso da fita DAT para arquivar as informações em um local externo
ao do escritório.
Quais os principais riscos?
De acordo com a pesquisa, dentre os principais riscos
informáticos reportados na maioria dos países estão os vírus,
spyware, spam, adware. Todavia não existe muito conhecimento sobre
ameaças como phishing, pharming e bots. |