A Lei de Acesso à Informação entra em vigor nesta quarta sem que a
União, governos estaduais, prefeituras, tribunais de Justiça e
assembleias legislativas tenham regulamentado detalhes de como os
pedidos de acesso a dados serão respondidos aos interessados.
A partir desta quarta, todos os órgãos dos três Poderes serão
obrigados pela lei a responder a pedidos de dados feitos pelos
cidadãos, independentemente de motivos, em um prazo de 20 dias,
prorrogável por mais 10.
Mas há dúvidas generalizadas sobre os procedimentos que os
cidadãos deverão adotar. No caso do governo federal, a reportagem
obteve um esboço do sistema de atendimento a pedidos feitos pela
internet, que deve entrar hoje em funcionamento. Mas até ontem havia
dúvidas sobre a data da publicação do decreto que detalhará a forma
como as autoridades públicas terão de proceder.
Em São Paulo, o governo estadual também não havia publicado até
terça-feira o decreto que regulará o acesso aos dados e as
instâncias de recurso em caso de negativas para os pedidos. Segundo
a Casa Civil, um grupo técnico formado em janeiro elaborou, após
quatro meses de trabalho, uma minuta de regulamentação, encaminhada
no último dia 7 para o Comitê de Qualidade da Gestão Pública e para
a assessoria jurídica do governador Geraldo Alckmin. A versão final
do decreto é esperada para os próximos dias.
Questionada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a Assembleia
Legislativa de São Paulo divulgou nota em que destaca as diversas
informações já expostas pelo órgão em seu site. Informou ainda que
os cidadãos que quiserem comparecer pessoalmente à Casa poderão
apresentar seus pedidos de dados no serviço de protocolo geral,
localizado no 1.º andar.
No último dia 12, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de
São Paulo (TJ-SP) anunciou que até o início da vigência da lei
estaria publicada uma resolução para detalhar o atendimento ao
público. Isso, porém, não aconteceu.
Outros Estados
No Rio, o governo anunciou apenas que uma comissão está
discutindo a regulamentação da nova lei. Ironicamente, foi negado um
pedido do Estadão de acesso a essa comissão, para entrevista.
A Assembleia Legislativa do Rio informou que lançará na internet
um portal, no qual todas as informações com relação a gastos,
licitações, viagens de parlamentares, entre outras, estarão
disponíveis. Afirmou, de forma vaga, que não devem ser liberadas ao
público informações “garantidas por lei”.
Na capital, o secretário da Casa Civil, Pedro Paulo, anunciou um
pacote de medidas para possibilitar que o cidadão possa pedir
informações ao município com mais facilidade. Uma delas foi o
lançamento, na terça à noite, do site Transparência Carioca.
O Executivo, o Legislativo e o Judiciário da Bahia estão
atrasados nos preparativos para a entrada em vigor da nova lei. Em
todas as esferas do poder público do Estado e dos municípios ainda
não há definições de como a lei será aplicada. Em alguns casos, os
estudos sobre o tema nem sequer foram iniciados.
O governo de Minas ainda estuda uma proposta de legislação para
regulamentar como funcionarão os mecanismos exigidos pela lei.
Segundo a Secretaria de Comunicação, o projeto deverá apenas
“adequar os instrumentos” que hoje já existem para disponibilizar
dados à população. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Fonte: Info